A promessa do hidrogênio como recurso energético já entrou e saiu de moda algumas vezes, mas dessa vez o Brasil tem a oportunidade de tornar-se uma potência na produção de um insumo desejado pelo mundo inteiro e essencial na luta contra a mudança climática.
Ele ganha esse nome porque é produzido sem a emissão de CO₂, a partir da quebra da molécula da água realizada com eletricidade de fontes limpas, um recurso abundante no país.
Em um projeto mais avançado está o piloto anunciado pela portuguesa EDP no porto cearense, onde une uma usina de energia solar e um eletrolisador. Tal equipamento separa as moléculas de hidrogênio e oxigênio da água, sendo um investimento de R$ 42 milhões, onde a operação deve começar no final do ano que vem. A boa notícia é que em Pernambuco, foi anunciada uma parceria entre a Neoenergia, do grupo espanhol Iberdrola, e o governo do Estado e também um memorando de entendimentos com a francesa Qair.
Outra razão para o foco no mercado internacional são as incertezas em relação ao mercado interno no Brasil. A demanda potencial existe, mas ainda há zonas cinzentas em regulamentação.
O governo brasileiro, por enquanto, não se comprometeu com nenhuma das cores do hidrogênio. Mas o país tem reservas abundantes de gás natural para produzir o hidrogênio azul (capturando as emissões de CO₂). Além disso, o hidrogênio azul é considerado uma transição até que o H₂V possa competir em preço.
O país também tem ‘startups’ focadas no desenvolvimento de células de combustível, sistemas de tração e produção de hidrogênio a partir de biomassa.